sábado, 22 de janeiro de 2011

Peixe Kinguio

 

» Classificação científica
Carassius auratus (Linnaeus, 1758)
Classe: Actinopterygii
Ordem: Cypriniformes
Família: Cyprinidae
Sub-família: –
Nomes populares: Kinguio, Japonês, Peixe Dourado, Goldfish, Crucian carp. Kam tsak, Tsak ue localmente.
» Distribuição
Distribuição geográfica: Ásia. Ásia Central, China e Japão.
Países ocorrentes: Originalmente China, Hong Kong, Laos, Japão, Macau e Myanmar. Sua distribuição atual é cosmopolita, introduzido em praticamente todo o mundo, causando impacto ecológico negativo em vários países após a introdução.
» Biologia e Ecologia
pH range: 6.8 – 7.6
dH range: 5 – 19
Clima: Subtropical 10º – 28ºC. Espécimes nativos podem suportar de 2º a 29ºC, no entanto variedades ornamentais podem não tolerar temperatura abaixo de 10ºC.
Salinidade: 0
IUCN Red List: Não. IUCN 2010. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2010.4. Downloaded on 17 January 2011.
Ambiente: Bentopelágico; potamódromos, Água doce
Biótopo: Rios, lagos, lagoas e valas com água estagnada ou muito lenta, bem vegetada.
Relevância: Pescaria: espécie comercial; Aquacultura: espécie comercial; esportivo: sim; Aquário: Altamente comercial; isca: ocasionalmente
Tamanho adulto: Volúvel de acordo com a variedade de Carassius. Espécimes de corpo alongado podem ultrapassar 30cm, enquanto espécimes de corpo ovóide raramente ultrapassam 20cm.
Idade máxima: Estimativa de 50 anos (máximo registrado: 41 anos Bobick, J.E. and M. Peffer 1993 , embora há relatos de peixes com idade superior não registrado oficialmente)
Estrutura Trófica: Onívoro. Plantas, detritos, algas bentônicas, insetos, cladóceros, anelídeos e moluscos. Em cativeiro aceita alimentos secos sem dificuldades, devendo ser fornecido rações específicas para a espécie e periodicamente legumes como brócolis, pepino, acelga, couve-flor, evrilhas, entre outros. Alimentos de origem animal deve-se fornecer esporadicamente.
Morfologia: Pode ser dividido em dois grupos: de corpo alongado ou oval.
Corpo alongado possui flancos achatados e apresenta nadadeira caudal e anal simples, são excelente nadadores e resistem a baixas temperaturas. Aqui inclui espécies como a variedade comum de nadadeiras curtas e as variedades cometa com nadadeiras mais longas e Shubunkin (cálico).
Corpo oval apresenta corpo curto e gordo, em forma oval, com a cabeça grande. Seu cume é alto e arredondado e apresenta pedúnculo caudal curto e estreito. Em sua maioria possui nadadeira anal e caudal dupla. Por sua vez, este grupo ainda pode ser dividido em dois sub-grupos:
1) nadadeira dorsal presente
1a) Fantail: apresenta nadadeira caudal dupla com lóbulos ligeiramente finos.
1b) Fantail “véu”: similar a variedade acima, mas com longa nadadeira caudal.
1c) Ryukin: Semelhante ao fantail véu, mas é maior, forma corcunda e nadadeira caudal maior.
1d) Telescópio: similar acima, mas possui grandes olhos salientes e cabeça mais reduzida. Sua visão é ruim e não recomendado misturar com outras variedades. Há uma variedade preta, chamada de black moor.
1e) Oranda: similar ao fantail, mas com uma colisão ou excrescência carnosa na cabeça que surge com cerca de dois anos de vida. Há uma variedade bastante popular chamada red cap ou boné vermelho, com corpo branco e parte superior de sua cabela vermelha.
1f) Pérola: similar ao fantail, apresentando abdômen inchado, em forma de bola de gude, com escamas salientes, incorporado como pérolas.
1g) Pompom: similar ao fantail, apresentando duas saliências carnosas que se desenvolvem no nariz. Estes tumores podem se desenvolver em outras variedades.
2) nadadeira dorsal ausente.
2a) Ranchu: possui crescimento carnoso que cobre toda sua cabeça.
2b) Lion head: similar ao ranchu, mas o crescimento carnoso é mais volumoso e curvatura de suas costas é menos pronunciada.
2c) Celestial: apresenta nadadeira caudal dupla “véu” e seus olhos são virados para cima.
2d) Olho bolha: similar ao celestial. Após seis a nove meses começa a desenvolver sacos com fluidos ao redor dos olhos. Estes sacos são delicados e rasgam facilmente.
A coloração básica dos kinguios também é bastante variável de acordo com a variedade.
Características: Foi uma das primeiras espécies domesticadas e mantidas em cativeiro pelo ser humano. Estudos indicam que originalmente são derivados da Carpa Cruciana (Carassius carassius), sendo criado seletivamente durante séculos na China. É de longe a espécie mais popular em aquário, assim como em lagos, podendo ser obtido uma gama bastante ampla de variações diferentes.
Comparado com outras espécies domésticas de peixes que foram criados e desenvolvidos em cativeiro, esta espécie apresenta um história extremamente longa. Como indicado, acredita-se que são derivados da Carpa Cruciana, uma carpa relativamente pequena que apresenta cor cinza escuro para o marrom-oliva, nativa do leste da Ásia.
Registros indicam que os chineses começaram a mantê-los em cativeiro. A dinastia Tang (618-907) é famosa por apresentar belas lagoas de peixes e acredita-se que nesta época foi descoberta a mutação de cores. Em 1161 dc, o imperador chinês proibiu qualquer povoado manter esta espécie, exceto de cor amarelo. Segundo ainda a literatura chinesa, as variações de cores começaram seletivamente a partir da dinastia Ming (1276 dc).
A partir de 1502 dc, esta espécie foi introduzida no Japão, onde ganhou popularidade e novas variedades como Tosakin e Ryukin, chegando a Europa em 1611, através de Portugal.
É amplamente utilizada em experimentos e embora próprio para o consumo humano, raramente é utilizado na piscicultura de corte.
» Reprodução e Dimorfismo Sexual
Reprodução: Ovíparo
Local: Estabelece ovos em plantas de superfície ou objetos submersos
Fertilização: Externa
Piracema: Não
Maturidade Sexual: 8-10 meses
Ovos & Larvas: Cerca de 5.000 – 10.000 ovos; eclodem em até 7 dias; nadam livremente em até 3 dias
Papel Reprodutivo: Pais não cuidam da progenie, podendo praticar canibalismo
Acasalamento e ciclo de vida: Reprodução ocorre normalmente no inicio da primavera, desovam em águas rasas entre plantas ou raízes próximo a margem. Fêmeas maduras apresentam barriga protuberante (ovos) e os machos apresentam tubérculos nas brânquias e nadadeiras peitorais. O ritual de acasalamento ocorre com machos perseguindo a fêmea, batendo em seu abdômen, incentivando a desova. Os tubérculos presente no macho formam superfícies ásperas que servem para excitar a fêmea durante o processo de acasalamento com leve esbarrões em seu abdômen.
Para incitar a reprodução, separar uma fêmea e dois machos maduros sexualmente, mantendo a temperatura por volta de 18ºC, logo convém aumentá-la aos poucos próximo a 24ºC, simulando a primavera. Sugere-se separar a trio duas semanas antes, sendo necessário aumentar a proteína vegetal em sua alimentação.
A postura dos ovos e posterior fertilização ocorre normalmente de madrugada ou amanhecer.
Características desejáveis da água: pH: próximo a neutro; dureza: ?, temperatura: 24ºC
Informações adicionais: Desovam em águas rasas. Se possível, deve-se usar “mops” para ovos aderirem a estes.
Dimorfismo Sexual: Pouco evidente em juvenis. Abertura anal da fêmea apresenta ligeira saliência para fora, enquanto machos a cavidade é côncava para dentro. Em época de reprodução as fêmeas apresentam a barriga protuberante e os machos nódulo branco nas brânquias e nadadeiras peitorais.
» Manutenção em aquário
Dimensões mínimas: 80x40x50 (160L)
Nível de dificuldade: Fácil
Região frequente: Todas
Temperamento: Extremamente pacífico
Comportamento: Extremamente pacífico
Sociabilidade: Grupo (excelente com outras espécie)
Notas: Espécie bastante pacífica e lenta que raramente ataca outras, sendo vítima de ataques de peixes mais ariscos ou agressivos. Apreciam viver em grupo, mas não chegam a formar hierarquia grupal. Embora vivem melhor intra-espécie, pode ser mantido com outras espécies de peixes pacíficos de porte similar, desde que estas não possuam hábitos de mordiscar outros peixes e não seja demasiadamente territorial ou agressivo.
Tolera amplitude térmica grande, mas deve-se evitar mantê-los em água muito fria. Espécimes procedentes de cativeiro não costumam tolerar temperatura abaixo de 14ºC por longo tempo, contrário os espécimes selvagens, devendo ser mantido em temperatura variando entre 18ºC a 26ºC, use um termostato para tanto.
É uma espécie bastante popular entre aquaristas do mundo todo, mas sua manutenção em aquário é altamente menosprezada. Embora um aquário de 160l é o mínimo para abrigar esta espécie, adicionando 30l para cada novo Kinguio introduzido, muitas pessoas insistem em mantê-los em recipientes de tamanho inadequado. Este fato é um grave erro, pois uma espécie que poderia durar no mínimo 20 anos, raramente irá ultrapassar dois anos em condições inadequadas.
O aquário deverá possuir filtragem eficiente, fluxo próximo a 10 vezes o volume do aquário por hora, além de estar obrigatoriamente munido de substrato de areia ou granulometria pequena, uma vez que vivem mexendo no fundo e podem engasgar com cascalhos maiores. Enfeites de grande porte ou pontiagudos devem ser evitados, pois esta espécie necessita de grande área para nadar ou podem se machucar.
Embora rústicos e pouco exigente nas características da água, deve-se mantê-los em água com pH próximo a neutro, dureza média e OD entre 4mg/l e 6mg/l.
Sua dieta á basicamente herbívora, não sendo indicado a inserção de macrófitas. Mas algumas de folhas largas e duras como Crinum, Microsorium pteropus (Java samambaia), Hygrophila, Anubias, Elodea e Myriophylum podem resistir aos ataques da espécie, tornando-se aliados na filtragem natural do aquário.

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